domingo, 13 de setembro de 2009

11 de setembro e os povos de Guranis Kaiowá - Ñanderu Laranjeiras de Rio Brilhante-MS












Lembranças mil povoavam as mentes e dementes por esse mundo afora em mais um 11 de abril. As torres gêmeas ao chão lembram os pés de barro do capitalismo. O covarde assassinato de Allende lembra a heróica teimosia na construção de um novo projeto político e econômico para o continente e o mundo.
Para a história da resistência e afirmação do povo Guarani Kaiowá esse será um dia de muita força simbólica, de memória da grandeza e dignidade de um povo diante da covardia do poder encastelado em mantos sujos da justiça e do poder das armas. Laranjeira Nhanderu entrará para o livro da resistência secular, não como mais um ato de crueldade contra uma comunidade Guarani, mas como reveladora ao mundo de uma situação de barbárie abominável.
Tudo, aos poucos foi sendo mudado, no vai e vem permanente. As crianças não perdem sua alegria e simpatia contagiante em meio à desarrumação e arrumação dos barracos. Patos, galinhas, porquinhos, cachorros, coelhos, papagaio, tudo vai aos poucos chegando para a beira da estrada. Vem para um espaço sofrido e espremido, com riscos de morrerem atropelados. É a vida e a resistência mudando de espaço, no ritmo e no compasso Guarani Kaiowá.
Final de tarde. Escoltado por policiais federais fortemente armados, e pelo oficial de justiça que veio lavrar a ata da desocupação (oh céus quanta ignomínia sob o sol e balança da justiça!) lá chega o "português", como é conhecido o pretenso senhor daquelas terras. Nada mais expressivo para mostrar a continuidade da secular colonização e extermínio indígena. Em coro e ritmadamente os Guarani gritam contra seu algoz e o desafiam a vir para o outro lado da cerca, para deixar de ser mentiroso e safado! Neste quadro patético de zombaria e cinismo, uma liderança da comunidade mostrava para uma das policiais federais que ostentava uma bomba de gás lacrimogêneo em sua cintura, dizendo "veja só, aquela é filha do que se diz dono da terra da qual estamos sendo expulsos".
Um guerreiro Guarani, agita
do em sua ira, carregando seu arco e flecha, disparou apenas uma frase "a hora da verdade virá". E não está muito longe. Está ao alcance da flecha da certeza de que donde estão sendo expulsos voltarão.
Até quando os índigens vão ser expulsos de suas práoprias terras, 500 anos de História e continuar a questionar se a terras pertencem as populações tradicionais!
Menin@s leiam , ouçam, reflitam e postem suas considerações.

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