quinta-feira, 6 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE




A situação da criança e do jovem negro e do mestiço ou indigena, não tem suscitado muito interesse nas reflexões educacionais brasileiras, se considerarmos a história da Educação em nosso país e sua produção teórica. Assim, é conhecida a precariedade de dados sobre a trajetória escolar dos alunos negros e mestiços, desde o ensino fundamental até o universitário. Entretanto, algumas publicações recentes acerca das desigualdades raciais no Brasil e, em particular, dos seus reflexos no sistema educacional brasileiro, têm contribuído para conhecer um pouco mais as condições de ingresso e permanência do aluno negro, mestiço ou indigena no sistema escolar.
De uma perspectiva mais abrangente, os dados sobre a escolaridade das crianças de ascendência africana, inclusive os coletados pelo IBGE/PNAD, sugerem que a vida escolar dessas crianças é mais difícil e acidentada que a das crianças brancas, isto é, elas enfrentam maior número de saídas e voltas para o sistema escolar.1 Tanto os dados sobre o analfabetismo como os de anos de instrução formal, por cor ou raça, revelam níveis inferiores de escolaridade na população de ascendência africana e indigena Em relação à média de anos de estudo e instrução formal das pessoas de vinte e cinco anos ou mais, por cor ou raça, há uma diferença de dois anos de escolaridade a menos nas populações de ascendência africana e indigena. A população branca, em 2001, apresentou 6,9 anos de estudo, enquanto a população de ascendência africana apresentou 4,7 anos de estudo. Essa diferença não se altera se compararmos com os dados de 1992, quando a população branca apresentava 5,9 anos de estudo e a de ascendência africana 3,6 anos de estudo e indigena 2,2. Vale ressaltar que a média de anos de estudo no Brasil aumentou, mantendo, porém, um nível de desigualdade entre as populações de origem étnica diferente, e que essa diferença permanece, mesmo que isolemos os dados de condição econômica e renda familiar. Em outras palavras, a população pobre branca tem anos a mais de estudos que apopulação pobre negra ou indigena. A manutenção dessa diferença, quando observada em níveis econômicos semelhantes, nos leva a refletir sobre outros aspectos da dinâmica social. Segundo Hasenbalg (1999) e do Valle, “a literatura sociológica mais recente tem mostrado a centralidade da educação para a reprodução das desigualdades entre brancos e não-brancos”. Estudo recente sobre os concluintes do Ensino Superior confirmaessa diferença, ao demonstrar que, dos alunos que terminaram cursos do Ensino Superior.A despeito da complexidade das questões envolvidas na auto-atribuição de cor ou raça no nosso país, uma importante desigualdade se confirma, ao compararmos esse resultado com os percentuais da composição racial brasileira, que conta em sua população.

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